Em busca de
estratégias para trabalhar com alunos autistas.
*Angela do Rocio
Pinheiro
Um aluno com
diagnóstico de autismo chega para estudar em uma sala regular, naturalmente
este fato trará preocupação à professora de como ela irá proceder em suas aulas
para que este aluno possa aprender e interagir com ela e com os colegas.
Após pesquisas e
constatações trabalhando com dois alunos com diagnóstico de autismo,
resumidamente deixo algumas estratégias para intervenções junto a estas
crianças, que ajudam a melhor se relacionar com elas e despertam principalmente
o aprendizado.
O tema autismo
ainda é um grande mistério para o campo da saúde, pois ainda não foram
descobertos os porquês de tal transtorno. Na área da educação também estamos
num caminhar pela busca de estratégias e procedimentos para trabalhar com estas
crianças, as angústias se justificam
pelo pouco tempo de inclusão onde antes as famílias ou instituições se
encarregavam de trabalhar com elas.
Percebe-se
algumas características na pessoa com autismo, mas isto não significa que elas
sejam iguais, cada uma é ser único e merece estudo de sua história de vida,
familiar e escolar.
A real inclusão
de que hoje pretendemos é a de um novo olhar sobre os alunos, observando suas
habilidades e potencialidades. A verdadeira inclusão deve beneficiar todos os
alunos da turma, nas áreas de convivência e respeito às diferenças,
conhecimento adquirido a partir de novas experiências enriquecedoras e também
desafiadoras.
Os alunos com
deficiência ou TGD devem ser avaliados
de acordo com o seu potencial e habilidades e para isso contam sempre com o
apoio e informações do professor da sala de recursos multifuncionais e
itinerância (AEE). O foco será o aluno, onde serão diagnosticados o
envolvimento nas atividades, avanços, entraves na aprendizagem, socialização e
capacidades.
Para o aluno com
TGD os benefícios dos processos de
interação humana, em sala de aula, são importantíssimos e o desafia ao mesmo
tempo que o estimula. Deve-se tratá-lo como aos demais, proporcionando-lhe
mesmas atividades, incluindo-o em rodas de conversa, em combinados, dirigindo a
palavra mesmo que não responda a perguntas. Em geral crianças autistas precisam
ser provocadas para a comunicação.
Quando tratamos
com o aluno TGD verificamos que o mesmo necessita aprender sobre os sentimentos
alheios onde são recomendados o uso de expressões de sentimentos para que vá
compreendendo boas e más emoções em situações do cotidiano de sala de aula.
É conveniente
destacar sobre o trabalho com a música envolvendo crianças com autismo, através
de cantigas de roda, clássicas e tranquilas, auxiliam na proposta de
comunicação e aprendizado sobre as expressões do corpo.
Alguns cuidados com o aluno com
TGD devem ser observados em sala de aula:
*Estabelecer rotinas (ajuda a diminuir
angústias e frustrações);
•
*Antecipar ao aluno algum evento na escola fora
da rotina;
•
*Colocar a criança em posição centralizada da
sala, para que observe o que os demais realizam;
•
*Evitar gírias e expressões não verbalizadas;
•
*Verbalizar todas as orientações;
•
*Utilizar gravuras/fotos/ objetos para a melhor compreensão do aluno;
•
*Fazer demonstrações, o aluno poderá imitar o
que deve ser realizado;
•
*Deixá-lo em companhia de algum colega (dupla ou
grupo) para colaborar em atividades e socialização;
•
*Simplificar enunciados;
• *Aluno com TGD cansa em mesma posição em tempo
prolongado, pedir para levantar e realizar movimentos; as cantigas com gestos
colaboram;
•
*Aproveitar movimentos repetitivos que o aluno
possa apresentar em brincadeiras com a turma no recreio ou recreação, isto
ajuda o aluno a se reorganiza e diminuir estereotipias;
•
*Realizar trabalho com os colegas do aluno
visando aceitação, respeito e entrosamento. A importância de cada um em sala é
um sentimento que favorece a todos ;
•
* Estabelecer vínculo afetivo com o aluno,
mediando possíveis situações de conflito, ser clara e firme com o que deve ser
realizado.
•
*Utilizar-se de todas as estratégias de ensino
(mapas, músicas, filmes, maquetes, poesias...)
•
*Fazer o aluno experimentar o sucesso nas
atividades;
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